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Foto do escritorIsabella Melissa Monteiro

OS REGISTROS DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NO CADÚNICO

OS REGISTROS DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NO CADÚNICO NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS INDICAM AVANÇOS E PREOCUPAÇÕES AO PODER PÚBLICO.


De 2012 a 2020 houve crescimento no quantitativo de pessoas em situação de rua no Brasil, bem como o fortalecimento do CadÚnico enquanto dispositivo de acesso a políticas públicas sociais.


O Estado de Roraima e sua capital, Boa Vista, são líderes no número de Pessoas em Situação de Rua registradas no CadÚnico em todo o país, quando considerada a proporção de PSR por 100 mil habitantes, devido à interface do fenômeno com as gravíssimas condições que se encontram os povos indígenas e os migrantes venezuelanos.


Em 2021, em pleno avanço da pandemia no país, os registros de pessoas em situação de rua diminuíram preocupantemente, devido a dificuldades enfrentadas pelos municípios, com a falta de coordenação do Governo Federal e a diminuição de investimentos em políticas públicas sociais.


Já em 2022, após forte movimentação social e institucional, parte significativa dos municípios brasileiros começaram a realizar mutirões e buscas ativas em seus territórios, para a localização da população em situação de rua, chegando, em setembro desse ano, ao registro de 213.371 pessoas em situação de rua no CadÚnico.


Segundo o Coordenador do Observatório da UFMG: “é imprescindível que o novo Governo repactue com Estados e municípios o fortalecimento do CadÚnico como porta de entrada das políticas sociais com a população em situação de rua, coordenando as ações e restabelecendo as diretrizes para a efetivação de direitos desses cidadãos brasileiros”.


O levantamento constatou que:


No ano de 2012, eram 3.800 pessoas. Já em 2022 o número é 12 vezes maior, sendo o maior da série histórica.


No Brasil são quase 192 mil pessoas em situação de rua registradas no CadÚnico.


Segundo o estudo, o número total está subnotificado. Estima-se que o número real seja cerca de 40% maior, e fique em torno de 300 mil pessoas.


Em 2021, o número de pessoas em situação de rua caiu, mas refletiu apenas uma diminuição de registros dessas pessoas — uma dificuldade encontrada pelos municípios durante a pandemia. Não foi uma diminuição real de pessoas vivendo nas ruas.


Em 2022, foram realizados mutirões de registros e o número voltou a ficar mais próximo da realidade. Ainda assim, estima-se que há um déficit nesse número. Isso porque o antigo Ministério da Cidadania, do governo Bolsonaro, estabeleceu um prazo para atualização desses cadastros. Como muitas pessoas não conseguiram realizá-lo, na maioria por dificuldades no sistema, estima-se que mais de 21 mil registros foram excluídos no país somente entre outubro e novembro de 2022.





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